quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Maldito Agosto

Às 8h15min da manhã deste sábado, dia 6 de agosto, temos motivo para ficarmos tristes, irados, indignados e preocupados. Naquele exato minuto, do mesmo 6 de agosto, em 1945, é que foi lançada a bomba tristemente batizada de “Little Boy” sobre a cidade de Hiroshima, no Japão, e tinha início, assim, o mais fulminante Holocausto que a Humanidade já viu.
 O mundo fixou estarrecido. Ninguém, nem mesmo os aliados dos Estados Unidos naquela guerra já minguante, imaginava que o ser humano seria capaz de tamanha atrocidade. Um genocídio cometido num espaço de tempo mínimo, sem a menor chance de defesa para populações inteiras.
E às 11h01 do dia 9 daquele mesmo mês, o mais incrível ainda ocorreria, pois uma nova bomba era lançada sobre a cidade de Nagasaki, também no Japão, matando de novo milhares e milhares de homens, mulheres, crianças, idosos e destruindo o que houvesse ao redor.
A primeira bomba era de urânio-235, a outra de plutônio-239. Ficou evidente que os Estados Unidos, sob o mando do então presidente Harry Truman e orientação científica de Robert Opppenheimer, queriam testar os dois petardos altamente letais e escolherem populações civis japonesas como cobaias de seus experimentos sanguinários.
 Mais de 200 mil pessoas morreram. A metade deles nos mesmos instantes em que as bombas explodiram, em dois massacres nunca antes sequer imaginados.
Segundo relatos de historiadores de diversas nacionalidades, a enorme carnificina não pararia ali. Outras bombas seriam lançadas ainda naquele agosto e nos dois meses seguintes, conforme revela a tenebrosa agenda do governo dos Estados Unidos. A interferência da antiga União Soviética, pela via diplomática, conteve novos ataques, levou o Japão a se render com dignidade e evitou uma catástrofe que talvez ninguém de nós estivesse vivo para protestar nesse momento de dor.
A URSS era da Tríplice Aliança, que combateu o Eixo, liderado pela Alemanha nazista, a Itália fascista e o Japão. Àquela altura, entretanto, a Alemanha e Itália já tinham sucumbido e o fim da guerra era uma questão de semanas, ou dias. Nenhuma outra explicação convence. A série de bombas atômicas era para experimentar as armas e demonstrar quem é que mandaria no mundo ao final do conflito.
Ainda hoje, as potências imperialistas, especialmente os Estados Unidos e outros membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), têm aumentado seus investimentos na corrida armamentista. São 850 bases militares espalhadas pelo mundo, muitas das quais escondem armas nucleares e químicas, numa constante ameaça a toda a Humanidade.
Calcula-se que hoje existam cerca de 23 mil ogivas nucleares apontadas para todas as partes do mundo, uma ameaça inaceitável. É preciso não apenas parar o fabrico dessas bombas. É preciso destruir as que existem.  Estaremos, assim, cumprindo o que determina a resolução da Organização das Nações Unidas de janeiro de 1946, que determina o fim das armas nucleares, mas que nunca foi cumprida.
Sabemos muito bem que uma terceira guerra global significará o fim da Humanidade. Todas as guerras são perversas e indesejáveis, mas o uso de armas desse tipo é ainda mais perverso e envergonham o ser humano.

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