terça-feira, 20 de setembro de 2011

Mulheres Árabes


A intensa propaganda dos Estados Unidos contra os povos árabes inclui informações mentirosas sobre a mulher naquela parte do mundo, independente de religião e classe social. A grande mídia imperialista busca afirmar a idéia de que a mulher árabe é mais discriminada e oprimida que a dos países ocidentais.
Às vésperas de uma decisão da Organização das Nações Unidas sobre a retardada criação do estado da Palestina, esses meios de comunicação tentam impingir uma imagem de bárbaros sobre os povos árabes. São textos e imagens que escamoteiam a realidade.
Querem, no fim das contas, vender a idéia de que os conflitos que estão ocorrendo no Oriente Médio e Norte da África trariam a redenção especialmente para as mulheres. Os fatos demonstram, porém, que não é bem assim. Artigos e matérias com pouco destaque, na própria grande mídia, demonstram a contradição.
Por exemplo, uma jornalista do New York Times escreveu semana passada artigo denunciando o fato de que apenas uma mulher faz parte do tal conselho nacional formado na Líbia após a invasão do país, que tem 45 membros. Ou seja, o processo é assunto de homem.
A guerra ali promovida, com amparo da ONU, em verdade apenas reaviva disputas religiosas, econômicas e culturais, na velha estratégia de dividir para reinar. Reforçam, pois, aspectos negativos das relações sociais em vez de alterá-los. Em especial, no que se refere à situação da mulher.
O fato é que, ao contrário do que diz essa mídia, no entanto, a mulher árabe, de um modo geral, é muitíssimo consciente de seu papel feminino.
 Vamos pegar o caso das vestimentas. Essa é uma herança turca, do período do Império Otomano, e nada tem a ver com a religião. Aliás, o Corão é como a Bíblia, sujeito às mais diversas interpretações e serve, portanto, à defesa de teses que vão do fascismo à Teologia da Libertação, esta que se aproxima da visão marxista do mundo.
Ao se cobrirem com um monte de vestes, muitas vezes deixando só um visor de tela para os olhos, a mulher árabe está mesmo é se valorizando. E este é um aspecto fundamental dessa confusão midiática que se faz.
O fato de usarem burcas e mantos não significa opressão ou medo. Os trajes encobrem mulheres lindas, que cuidam com delicadeza do seu corpo, a ponto de se depilarem dos pés ao pescoço, usarem perfumes e se guardarem para manter relações sexuais com algum homem, mas este será o que elas escolherem.
É por isso que, ao viajar por países árabes, a gente vê salões de beleza por todo canto. Mas, mostrar o corpo é, para elas, se oferecer a qualquer um. E isso as mulheres ocidentais fazem o tempo todo, ainda que mantenham relações firmes com algum parceiro ou parceira. São visões diferentes, apenas.
A oportunista venda da imagem de um mundo repressivo e obscuro, portanto, não condiz com a realidade. São modos de vida diferentes, apenas. Lá, é claro, a mulher é discriminada e padece também. Mas é também, porque isso ocorre igualmente aqui, em nossos terrenos.
O problema é usar isso como propaganda, como arma de guerra, como vem sendo feito.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Samba na Parada

Pela primeira vez na história, uma escola de samba desfila nesta quarta-feira numa parada cívica de 7 de setembro. E é justamente na capital do País, onde esses desfiles sempre foram marcados pela imponência das fardas, marchas castrenses e equipamentos bélicos.

A ala do samba que este ano entra na avenida é da Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro, a ARUC. Seu comandante é o presidente da escola, o competente jornalista Moacyr de Oliveira Filho, o Moa, que todo ano acha uma novidade para levar às ruas.
A ARUC nasceu junto com Brasília, em 1961. E é do Cruzeiro Velho, um bairro de Brasília que fica ao lado do Setor Militar Urbano (SMU), numa das pontas do Eixo Monumental, a pista que é mais conhecida pela parte, na ponta oposta, onde está a famosa Esplanada dos Ministérios e, ao final, a Praça dos Três Poderes.
O som dos ensaios da bateria da escola é ouvido no SMU e o ribombar dos tambores dos quartéis é ouvido no Cruzeiro. Nunca, porém, tinham repicado no mesmo tom. E aí está a novidade do acontecimento deste 7 de setembro.
Moa é paulista, paulistano e corintiano roxo. Desde o início da década de 70 mudou de mala e cuia para Brasília, onde trabalhou em alguns dos principais órgãos da imprensa nacional e do Distrito Federal. Atuou na assessoria da bancada do PCdoB no Congresso Nacional e foi chefe da Comunicação Social do governador Cristóvam Buarque.
A ARUC é a escola mais premiada de Brasília e tem a Portela, do Rio de Janeiro, como “madrinha”. Funciona como um centro cultural e esportivo e tem, como presidente de honra, um sambista respeitado nacionalmente que, muito a propósito do feito desta quarta-feira, tem o nome de Manoel Brigadeiro.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

De Gutemberg à Alcântara


A democratização dos meios de comunicação, tanto na esfera global como nacional, avançou um bocado nos dois últimos séculos, mas está longe do ideal. Da impressora adaptada por Gutemberg, na Inglaterra, nos idos de 1450, baseado na experiência chinesa de 500 anos antes, aos satélites que hoje giram no espaço, a rota é de dominação.

Em termos planetários, para nós, Portugal proibiu as impressoras em suas colônias por séculos a fio. O primeiro jornal impresso oficialmente em solo tupiniquim foi a Gazeta do Rio de Janeiro, em 1808, porta-voz do rei D. João VI, que veio se refugiar aqui das suas encrencas européias.

No mesmo ano, o maçom brasileiro Hypólito da Costa passou a imprimir o Correio Braziliense, em Londres, então capital do mundo ocidental. No Brasil, era um jornal ilegal, pois só ao estado era permitido possuir máquinas de impressão e imprimir o que quer que fosse.

O jornal pendia mais para o literário do que para o informativo, era editado uma vez por mês e vinha para o Brasil de contrabando nos navios. Hypólito não tinha posição política anti-colonialista, por exemplo. Seu jornal nem defendia a independência, debate que então tomava os meios intelectuais e políticos brasileiros, no boca-boca.

A rigor, porém, o primeiro jornal da terra de Gutemberg – o The Times -- surgiu só em 1785. Ou seja, apenas 23 anos antes dos dois jornais brasileiros, tanto o colonial de D. João, quando o privado, no exílio espontâneo de Hypólito. Mas, em ambos os casos, o caminho era o mesmo.

Quero dizer que a mídia moderna, desde os primeiros jornais, sempre esteve nas mãos dos poderosos, das classes dominantes, com sua visão de mundo. Falo da chamada grande mídia, porque sempre houve quem, no meio do caminho, tenha tentado formas alternativas de se comunicar com a sociedade com visões diferenciadas, mesmo que de modo limitado.

A fotografia surgiu nos 1870 e poucas décadas depois – 1906 é o ano de referência – ganhou movimento e virou cinema também. Eram, uma vez mais, esperanças de democratizar a informação. Mas, de novo também, ficaram nas mãos de quem tinha grana para pagar filmes, processos caros de produção e a distribuição.

O cinema, em verdade, se transformou em poderosa arma do imperialismo estadunidense, no período entre as duas grandes guerras e depois. Seja nos filmes normais, dos faroestes aos dramas existenciais, seja na produção para o público infantil, comandada por Walt Disney.

O Pato Donald e sua turma, inclusive o “brasileiro” Zé Carioca, fizeram a cabeça de gerações, com refinado contrabando da ideologia dominante, marcante também, com muita força, nas revistas em quadrinhos.

Nesse mesmo tempo surgiu o rádio, nova esperança de democratização dos meios de comunicação, mas, de novo, era pura ilusão. Os potentes transmissores em ondas curtas das rádios BBC, britânica, e da Voz da América, dos EUA, ganharam o mundo falando em dezenas de línguas.

No caso do rádio, a iniciativa privada entrou com força desde o princípio, mas seguindo a mesma linha de programação. E, de todo jeito, as emissoras mais potentes ficaram nas mãos dos estados, como a Voz e a BBC.

No pós-guerra, em vez de maneirar, houve esforço redobrado para confrontar as ondas de emissoras como a R’adio de Moscou, na antiga União Soviética, que veiculavam mensagens diferentes.

Nesse meio tempo, a televisão se tornou outro poderoso instrumento de dominação. Com custos de produção ainda mais caros e com regras de operação bastante rígidas, como no rádio, o aparelho estatal acabou tomando conta do pedaço.

As emissoras do mundo inteiro passaram a ser veículos das mensagens dos países centrais. Os programas de entretenimento eram os famosos “enlatados” vindos das matrizes e os noticiários seguiam as pautas das ditas “agências internacionais”, que sempre ditaram o jeito de se tratar cada tema.

Já na década de 1960, surgiam os primeiros indícios de um novo veículo de largo alcance, a internet. Nos EUA, centros militares e instituições como o MIT (Massachussets Institute of Tecnology) buscavam forma de integrar computadores distantes fisicamente, para uso militar e de grandes empresas dos mais diversos setores.

Três décadas depois estava em funcionamento a fantástica rede global e parecia, então, que agora a democratização havia chegado. De novo, porém, o sistema parece aberto, mas é perfeitamente controlável. Conversar abobrinha pode, mas no jogo pesado o controle é feito. Num conflito, a rede pode muito bem ser tirada do ar.

Começa pelo controle do tráfego de sinais, que é feito por satélites. Quem tiver satélite de telecomunicações terá a chance de certo controle. Caso contrário, terá suas comunicações absolutamente devassáveis, como é o caso do Brasil.

E aí, voltamos ao tema do Programa Espacial Brasileiro, que tem como referência a base de lançamento de foguetes de Alcântara, no Maranhão. A possibilidade de construirmos satélite e de lançá-los ao espaço existe, mas...

A pressão para que isso não ocorra é grande, mas decisões políticas podem garantir o avanço do processo . E a hora é agora. De outro jeito, seguiremos como no tempo das impressoras controladas.

A bem-vinda devassa

O espocar de escândalos na administração pública é reflexo de ações adotadas anos atrás pelo governo do ex-presidente Lula, para o controle dos próprios governos. Mas é um processo bem-vindo por todos os que defendem o bem comum, sem cor nem dor.


A ladroagem não é novidade, nem aqui, nem na China ou nos EUA. Os meios de se apropriar de recursos públicos é que mudaram. E a formas de se coibir os desvios também transmutam. Leis e mecanismos de investigação existem, mas, no Brasil, esbarram no fim da linha, na ação do Judiciário.

O ministro Jorge Hage, chefe da Controladoria-Geral da União, tem dito e repetido que os focos de corrupção que o próprio governo vem apontando são um pequeno pedaço do que existe. Mas o caminho é um só: chegar a um por um dos larápios. E isso tem apoio de Deus e todo mundo, ainda que muitos só o façam da boca para fora.

Aqui, vale voltar um pouco na história. A Controladoria foi criada por Lula já ao assumir, no seu primeiro governo. Para o cargo de controlador, Lula escolheu Waldir Pires, líder político baiano de extenso currículo de bons serviços à sociedade.

Ele levou para o novo órgão o advogado, ex-deputado federal, reconhecido pela postura ilibada, combativo e também baiano Jorge Hage.

Numa longa conversa que tive com o ministro Waldir, ao fazer um perfil dele para o jornal O Pasquim, ele me disse que devia a Hage a montagem do arcabouço da nova pasta, que era uma novidade para o mundo todo. E, agora, estão sendo criadas as secretarias estaduais com a mesma finalidade, num processo que chegará aos municípios.

É preciso ter claro que essas investidas do Ministério Público e Polícia Federal sobre focos de corrupção nascem na Controladoria. É ali que os descaminhos são plotados e, já documentados, vão para esses órgãos, que irão levar os processos adiante. Depois, é com a Justiça.

É mais do que um espinhoso caminho, é uma guerra continuada, que exige, inclusive, a formação de novos quadros. Mas os resultados a gente já pode sentir. Já podemos crer que os recursos públicos que existem no Brasil, com robustez, não ficarão nas mãos de picaretas travestidos de administradores e, sim, em benefícios à sociedade.

Mas há pedras no caminho. Podemos destacar duas. Uma, é a das Organizações Não-Governamentais (ONGs), entes criados no capitalismo moderno para democratizar o uso dos recursos públicos, que teoricamente são sem fins lucrativos, mas que em muitos casos enchem os bolsos de ladrões, dentro e fora do serviço público.

Há, é claro, incontáveis ONGs que são frutos de trabalho abnegado. É gente que se dedica a cuidar dos outros, a promover a ação comunitária, a agir em favor da qualidade de vida de todos. Mas, há os que se utilizam dessa fachada para crimes dos mais diversos.

Não quer dizer que as empresas convencionais estejam fora do circo. Muito pelo contrário. Não só no campo da infra-estrutura, da construção de estradas, estádios, prédios públicos em geral. Está no fornecimento de produtos, de medicamentos para a saúde, de serviços dos mais diversos. E envolvem todos os setores, até o nosso, do jornalismo.

O que falta é um sistema mais rígido de controle sobre quem vai aplicar esses recursos. Não se trata de novas papeladas, burocracias imbecis que só atravancam. São controles simples e baratos, de aferição de resultados das ações previstas nos projetos.

E aí entra a outra pedra, que é o Judiciário. Grande parte, a maioria das ações acaba esbarrando lá no final da linha, em decisões judiciais que facilitam a vida dos larápios. Com grana para pagar advogados (e também juízes), eles conseguem as mais incríveis interpretações de leis para se safarem de ilícitos mais que comprovados.

É fato, porém, que essa jornada começada por Lula e levada adiante com firmeza pela presidente Dilma tem angariado apoio de toda a sociedade. Quem remar contra, em qualquer dos Três Poderes, terá de explicar bem suas decisões.

Afinal, o tema ganhou as ruas, com amplo apoio popular. Quem confiar na impunidade, pelo jeito, vai se dar mal. Tomara!
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JAIME SAUTCHUK (*) - Publicado no portal Vermelho

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A Globo e Celso Amorim

Causou estranheza o estardalhaço feito pela Rede Globo, suas emissoras de rádio, jornais, revistas e páginas na internet do chamado sistema Globo sobre sua linha editorial “independente”, na semana passada.

O extemporâneo documento tinha, porém, bons motivos por parte da vênus platinada. Circulavam na internet notas com notícias vazadas da Globo sobre a própria Globo, mais propriamente sobre o jornalismo praticado pelos órgãos de comunicação da família Marinho.

Esse jeito de fazer jornalismo é corriqueiro na casa, mas este caso chamou mais atenção. Foi uma ordem da direção global para que seus jornalistas providenciassem matérias contra a indicação do embaixador Celso Amorim para o cargo de ministro da Defesa.

A pauta elaborada pela direção de jornalismo do grupo era de criar matérias dando conta de que a indicação de Amorim estaria causando reação nos meios militares. As matérias teriam que dizer que Amorim não era bem-visto nas casernas e que isto traria problema à presidente Dilma Rousseff.

É o estilo do Dr. Godinho, personagem de Eça de Queiroz, como dono de jornal, no romance O Crime do Padre Amaro, que já citei aqui em outra ocasião. Ferrenho anticlerical, ele determinava: “contra o clero, havendo denúncias, publiquemo-las; não havendo, inventemo-las”.

O mais grave, entretanto, é que o caso da Globo não é apenas com Celso Amorim. É com toda uma ala do Itamaraty, muito forte no Instituto Rio Branco, que forma nossos diplomatas, que defende a chamada política externa independente. A vênus prefere os que seguem os ditames de Washington.

Mesmo durante a ditadura militar, fielmente apoiada pelo sistema Globo, houve certos estremecimentos nesse campo. O principal foi durante o governo do general Ernesto Geisel (1974/79), em que o ministro das Relações Exteriores era Azeredo na Silveira.

Silveira deu corda toda ao embaixador Ítalo Zappa, então chefe do Departamento da África do Itamaraty, que implantou a chamada política pan-africana. Era a simples aproximação com aquele continente, com ações práticas.

O Brasil foi, por exemplo, o primeiro país a reconhecer a independência de Angola. E apoiava os movimentos anti-apartheid na África do Sul e na antiga Rodésia. Zappa foi, também, o principal promotor da aproximação brasileira com a Ásia, em especial com a China.

A Globo ficava tiririca, pois, afinal, apoiou os mais de vinte golpes de estado promovidos pelos EUA e aliados europeus na África, nas décadas de 1960 e 70. E apoiava a invasão estadunidense do Vietnã, que Zappa levou o Itamaraty a uma postura equidistante e, depois, de reconhecimento do governo socialista daquele país.

A política externa dos governos de Luis Inácio Lula da Silva mudou o rumo das coisas nesse campo. A diversificação de parceiros comerciais desatrelou por completo o Brasil dos EUA. E a postura política, em especial na Ásia, Norte da África e Oriente Médio deu ao Brasil um lugar de destaque na diplomacia mundial.

Quem abriu essas portas, quem devolveu o norte soberano à nossa diplomacia foi Celso Amorim. Há analistas mundo afora que dizem, inclusive, que se não fosse a aproximação de Brasília com Teerã, muito provavelmente o Irã já teria sido invadido, como o Iraque e o Afeganistão.

O documento divulgado pela Globo revela que o grupo maioral da comunicação social brasileira percebeu que não é mais soberano. Além de outros grupos fortes, a rede de internautas também adquiriu força capaz de fazer os arautos do Jardim Botânico virem se explicar de público.

Mas, se o sistema Globo já percebeu essa mudança, talvez não tenha percebido outras, de igual relevância. Uma delas, a mais importante no caso, é a de que também os militares brasileiros não são mais os mesmos. Nas três forças armadas do Brasil de hoje, soberania nacional é palavra de ordem. E Celso Amorim é sinônimo dessa postura.

Mais do que isso, a experiência do novo ministro da Defesa no campo militar é enorme. Afinal, o tema é parte inerente às relações internacionais. Nem o Itamaraty, nem os comandos militares vêem com bons olhos, por exemplo, a presença de tropas dos EUA na Colômbia, bisbilhotando as fronteiras daquele país com a Venezuela, Peru e Brasil.

Uma das reivindicações primordiais do Exército, Marinha e Aeronáutica é de que o governo de Dilma siga firme no reequipamento das forças armadas, com foco especial nas áreas de fronteiras. E esse foi tema do discurso de posse de Amorim no ministério.

Quanto à Globo, fica só comprovado, uma vez mais, que dali não sai muita lição de bom jornalismo.
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JAIME SAUTCHUK - Publicado no Portal Vermelho, em 10/09/2011

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Maldito Agosto

Às 8h15min da manhã deste sábado, dia 6 de agosto, temos motivo para ficarmos tristes, irados, indignados e preocupados. Naquele exato minuto, do mesmo 6 de agosto, em 1945, é que foi lançada a bomba tristemente batizada de “Little Boy” sobre a cidade de Hiroshima, no Japão, e tinha início, assim, o mais fulminante Holocausto que a Humanidade já viu.
 O mundo fixou estarrecido. Ninguém, nem mesmo os aliados dos Estados Unidos naquela guerra já minguante, imaginava que o ser humano seria capaz de tamanha atrocidade. Um genocídio cometido num espaço de tempo mínimo, sem a menor chance de defesa para populações inteiras.
E às 11h01 do dia 9 daquele mesmo mês, o mais incrível ainda ocorreria, pois uma nova bomba era lançada sobre a cidade de Nagasaki, também no Japão, matando de novo milhares e milhares de homens, mulheres, crianças, idosos e destruindo o que houvesse ao redor.
A primeira bomba era de urânio-235, a outra de plutônio-239. Ficou evidente que os Estados Unidos, sob o mando do então presidente Harry Truman e orientação científica de Robert Opppenheimer, queriam testar os dois petardos altamente letais e escolherem populações civis japonesas como cobaias de seus experimentos sanguinários.
 Mais de 200 mil pessoas morreram. A metade deles nos mesmos instantes em que as bombas explodiram, em dois massacres nunca antes sequer imaginados.
Segundo relatos de historiadores de diversas nacionalidades, a enorme carnificina não pararia ali. Outras bombas seriam lançadas ainda naquele agosto e nos dois meses seguintes, conforme revela a tenebrosa agenda do governo dos Estados Unidos. A interferência da antiga União Soviética, pela via diplomática, conteve novos ataques, levou o Japão a se render com dignidade e evitou uma catástrofe que talvez ninguém de nós estivesse vivo para protestar nesse momento de dor.
A URSS era da Tríplice Aliança, que combateu o Eixo, liderado pela Alemanha nazista, a Itália fascista e o Japão. Àquela altura, entretanto, a Alemanha e Itália já tinham sucumbido e o fim da guerra era uma questão de semanas, ou dias. Nenhuma outra explicação convence. A série de bombas atômicas era para experimentar as armas e demonstrar quem é que mandaria no mundo ao final do conflito.
Ainda hoje, as potências imperialistas, especialmente os Estados Unidos e outros membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), têm aumentado seus investimentos na corrida armamentista. São 850 bases militares espalhadas pelo mundo, muitas das quais escondem armas nucleares e químicas, numa constante ameaça a toda a Humanidade.
Calcula-se que hoje existam cerca de 23 mil ogivas nucleares apontadas para todas as partes do mundo, uma ameaça inaceitável. É preciso não apenas parar o fabrico dessas bombas. É preciso destruir as que existem.  Estaremos, assim, cumprindo o que determina a resolução da Organização das Nações Unidas de janeiro de 1946, que determina o fim das armas nucleares, mas que nunca foi cumprida.
Sabemos muito bem que uma terceira guerra global significará o fim da Humanidade. Todas as guerras são perversas e indesejáveis, mas o uso de armas desse tipo é ainda mais perverso e envergonham o ser humano.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Mensagem Giovenardi

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  FICA
De:Eugênio Giovenardi
 Escrever  Adicionar  Bate-papoPara:Sautchuk, Jaime
 Escrever  Adicionar  Bate-papoAssunto:FICA Data:29/07/2011 12:39 Convite_Sil... .jpg 147.65 KB Baixar todos os anexos
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Gostaria muito de participar. No ano passado, comecei a preparar minha ida e fato interveniente atrapalhou o projeto.
Gostaria de ter mais informações sobre a data, etc..
Aproveito para estender-lhe um convite.
Um abraço,.
Eugênio


Em 29 de julho de 2011 11:23, Graça Fleury <gracafleury@escolapiaget.com.br> escreveu:
Queridos amigos, amigas, conhecidos e admiradores de Paulo Bertran

Quero compartilhar com vcs da minha alegria pela indicação do nome de Paulo Bertran, como homenageado especial do FICA do ano que vem - 14° FICA.
Vou contar desde o começo.
Depois de muitos anos sem poder participar, fui prestigiar meu amigo Jaime Sautchuk,  agraciado com merecida homenagem, como idealizador deste festival, o qual, nas palavras de todos, já não é mais um evento, mas sim uma instituição. Após a cerimônia de abertura, conversando com outros amigos, resolvi lançar a idéia de que o próximo homenageado especial para 2012 fosse Paulo Bertran. Todos da roda apoiaram. Marquei , então, audiência com Gilvane Felipe, atual presidente da Agepel, e lá fomos, D. Helena Chaibub (mãe de Paulo) e Márcia Sabh (amiga e assessora de imprensa dos Memoriais de Bsb e Goiás).  Apresentei ao Gilvane as razões de tal indicação e ele foi muito receptivo. Quis confirmar sua adesão, já que ele me dissera que seria simpatizante (somente?) com a idéia; perguntei se ele era só simpatizante ou se levantaria esta bandeira comigo. Ele disse-me que sim, que levantaria mas.... mas.... o governador tinha que bater o martelo. Jaime Sautchuk escreveu um pedido formalizando nosso pedido oral. Algo muito bem escrito.
Dias depois o Governo, como todo ano, vai transferido para a Cidade de Goiás e lá encontro, tomando sorvete na praça do Coreto, Vilmar Rocha (Secretário de Estado da Casa Civil) o ilustre josefino (pq nasceu em S. José do Tocantins – atual Niquelândia) como Paulo o chamava e meu amigo, muito antes de Paulo. Conto para ele da minha idéia. Coincidentemente, ele estava esperando para uma reunião,  que seria sobre o FICA 2012.
A reunião foi profícua e nosso Governador parece muito empenhado em alavancar Goiás, muitos planos, não só para o próximo FICA. Já no finalzinho, criei coragem para falar e ao me levantar o próprio Governador me atalhou e disse: Graça, já sei o que vc quer e eu concordo. Então pedi a ele que anunciasse – ele mesmo – a minha idéia. Ele então anunciou para as mais de 60 pessoas presentes, que Paulo Bertran será o próximo homenageado especial para o FICA de 2012. Houve uma vibração grande, principalmente por parte de  pessoas que são muito importantes para a realização deste evento . Outros homenageados foram: este ano Veiga Vale, em outros anos Cora Coralina, Goiandira do Couto e .... cada ano é um.
Bom, agora começa um trabalho grande para mim, que na verdade eu não havia calculado. Jaime Sautchuk já sugeriu várias e ótimas idéias  Um Ponto de Cultura, que já tem imagens de Paulo, veio falar comigo, a Sub secretária estadual de educação quer que eu faça uma exposição sobre vida e obra de Paulo para que todos os professores fiquem conhecendo melhor e possam planejar atividades em suas aulas, e assim vai.... Amanhã, sábado, haverá outra reunião, esta não somente para o FICA, mas também para o planejamento de obras que trarão mais turistas para a cidade – sugestão do próprio governador – restauração do balneário Cachoeira Grande e duplicação da GO-070.

Como disse acima, quero compartilhar com vcs minha alegria, mas também pedir sugestões para atividades a serem desenvolvidas pelo Memorial Paulo Bertran – Instituto Bertran Fleury, durante todos estes meses anteriores a junho próximo – data da realização do FICA.

O meu carinho a todos.
Graça




--
Humanamente
Eugênio Giovenardi

VISITE  MEU BLOG -- UMA OPINIÃO DIFERENTE
http://www.eugeobservador.blogspot.com/

 Meus Livros

 Meu novo romance - SILÊNCIO - Thesaurus, Brasília, será lançado no CARPE DIEM, 104 SUL, dia 4 de agosto.
1.   O HOMEM PROIBIDO, 1997 -  2a Edição -  2009, ROMANCE
2.    POEMAS IRREGULARES, 1998
3.    EM NOME DO SANGUE, 2002 -- Prêmio Açorianos de Literatura, 2003, ROMANCE
4.    VENTOS DA ALMA, 2003, POESIA
5.    OS POBRES DO CAMPO, 2003, ENSAIO
6.    SOLITÁRIOS NO PARAÍSO, 2004, PROSA E VERSO
7.    O RETORNO DAS ÁGUAS, 2005, NASCENTES
8.    A SAGA DE UM SÍTIO, 2007, CRÔNICAS CAMPESTRES
9.    AS PEDRAS DE ROMA, 2009, ROMANCE
10.  HELIODORA, 2010, ROMANCE
11.  SILÊNCIO, 2011, ROMANCE

(61) 9981-2807



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