terça-feira, 20 de setembro de 2011

Mulheres Árabes


A intensa propaganda dos Estados Unidos contra os povos árabes inclui informações mentirosas sobre a mulher naquela parte do mundo, independente de religião e classe social. A grande mídia imperialista busca afirmar a idéia de que a mulher árabe é mais discriminada e oprimida que a dos países ocidentais.
Às vésperas de uma decisão da Organização das Nações Unidas sobre a retardada criação do estado da Palestina, esses meios de comunicação tentam impingir uma imagem de bárbaros sobre os povos árabes. São textos e imagens que escamoteiam a realidade.
Querem, no fim das contas, vender a idéia de que os conflitos que estão ocorrendo no Oriente Médio e Norte da África trariam a redenção especialmente para as mulheres. Os fatos demonstram, porém, que não é bem assim. Artigos e matérias com pouco destaque, na própria grande mídia, demonstram a contradição.
Por exemplo, uma jornalista do New York Times escreveu semana passada artigo denunciando o fato de que apenas uma mulher faz parte do tal conselho nacional formado na Líbia após a invasão do país, que tem 45 membros. Ou seja, o processo é assunto de homem.
A guerra ali promovida, com amparo da ONU, em verdade apenas reaviva disputas religiosas, econômicas e culturais, na velha estratégia de dividir para reinar. Reforçam, pois, aspectos negativos das relações sociais em vez de alterá-los. Em especial, no que se refere à situação da mulher.
O fato é que, ao contrário do que diz essa mídia, no entanto, a mulher árabe, de um modo geral, é muitíssimo consciente de seu papel feminino.
 Vamos pegar o caso das vestimentas. Essa é uma herança turca, do período do Império Otomano, e nada tem a ver com a religião. Aliás, o Corão é como a Bíblia, sujeito às mais diversas interpretações e serve, portanto, à defesa de teses que vão do fascismo à Teologia da Libertação, esta que se aproxima da visão marxista do mundo.
Ao se cobrirem com um monte de vestes, muitas vezes deixando só um visor de tela para os olhos, a mulher árabe está mesmo é se valorizando. E este é um aspecto fundamental dessa confusão midiática que se faz.
O fato de usarem burcas e mantos não significa opressão ou medo. Os trajes encobrem mulheres lindas, que cuidam com delicadeza do seu corpo, a ponto de se depilarem dos pés ao pescoço, usarem perfumes e se guardarem para manter relações sexuais com algum homem, mas este será o que elas escolherem.
É por isso que, ao viajar por países árabes, a gente vê salões de beleza por todo canto. Mas, mostrar o corpo é, para elas, se oferecer a qualquer um. E isso as mulheres ocidentais fazem o tempo todo, ainda que mantenham relações firmes com algum parceiro ou parceira. São visões diferentes, apenas.
A oportunista venda da imagem de um mundo repressivo e obscuro, portanto, não condiz com a realidade. São modos de vida diferentes, apenas. Lá, é claro, a mulher é discriminada e padece também. Mas é também, porque isso ocorre igualmente aqui, em nossos terrenos.
O problema é usar isso como propaganda, como arma de guerra, como vem sendo feito.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Samba na Parada

Pela primeira vez na história, uma escola de samba desfila nesta quarta-feira numa parada cívica de 7 de setembro. E é justamente na capital do País, onde esses desfiles sempre foram marcados pela imponência das fardas, marchas castrenses e equipamentos bélicos.

A ala do samba que este ano entra na avenida é da Associação Recreativa Cultural Unidos do Cruzeiro, a ARUC. Seu comandante é o presidente da escola, o competente jornalista Moacyr de Oliveira Filho, o Moa, que todo ano acha uma novidade para levar às ruas.
A ARUC nasceu junto com Brasília, em 1961. E é do Cruzeiro Velho, um bairro de Brasília que fica ao lado do Setor Militar Urbano (SMU), numa das pontas do Eixo Monumental, a pista que é mais conhecida pela parte, na ponta oposta, onde está a famosa Esplanada dos Ministérios e, ao final, a Praça dos Três Poderes.
O som dos ensaios da bateria da escola é ouvido no SMU e o ribombar dos tambores dos quartéis é ouvido no Cruzeiro. Nunca, porém, tinham repicado no mesmo tom. E aí está a novidade do acontecimento deste 7 de setembro.
Moa é paulista, paulistano e corintiano roxo. Desde o início da década de 70 mudou de mala e cuia para Brasília, onde trabalhou em alguns dos principais órgãos da imprensa nacional e do Distrito Federal. Atuou na assessoria da bancada do PCdoB no Congresso Nacional e foi chefe da Comunicação Social do governador Cristóvam Buarque.
A ARUC é a escola mais premiada de Brasília e tem a Portela, do Rio de Janeiro, como “madrinha”. Funciona como um centro cultural e esportivo e tem, como presidente de honra, um sambista respeitado nacionalmente que, muito a propósito do feito desta quarta-feira, tem o nome de Manoel Brigadeiro.